A energia pode ser transformada, nunca criada ou destruída. Nesta
seção, a transformação mais importante é a da luz do sol em energia química,
feita pelos vegetais na fotossíntese – você estudou esse fenômeno no Módulo I.
Essas transformações sempre se dão da forma de energia mais organizada para a menos
organizada.
Vejamos um exemplo: quando corremos muito e depois sentimos nosso
corpo mais quente, há no interior do nosso corpo uma transformação da energia química
dos alimentos (mais organizada) em calor (menos organizada).
Os seres vivos necessitam continuamente de energia para todas as
atividades da sua vida.
A quantidade de energia que chega do sol e atinge a atmosfera é
de aproximadamente 15,3 x 108 calorias por metro quadrado por ano. Apenas 1% da
energia total proveniente do sol que chega à Terra é transferida aos vegetais
para fazerem a fotossíntese.
As transformações de energia estão presentes em todas as formas de
vida. Sua principal fonte para os seres vivos é o sol. Na fotossíntese, os
vegetais utilizam luz, gás carbônico e água para produzir glicose, um tipo de
açúcar rico em energia, presente em diversos alimentos.
Importante!
- Na fotossíntese, além da produção de glicose, há a liberação de oxigênio para a atmosfera. Alguns seres vivem na ausência de exigênio, mas a maioria precisa desse gás para a respiração.
- A maior parte do oxigênio que respiramos é liberado por vegetais aquáticos (algas) microscópicos, nos oceanos, e não pelas grandes árvores das florestas.
Ao serem ingeridos pelos animais, a glicose e outros compostos orgânicos da planta são transformados na digestão, liberando a energia das suas ligações químicas. Essa energia é transferida para o corpo, realizando trabalho (andar, trabalhar, respirar etc.), e também propiciando o crescimento, utilizando como matéria-prima os materiais dos quais os animais se alimentaram.
Veja que começamos
a desenhar um fluxo energético com o
sentido luz planta herbívoro. A transformação
energética foi de luz em energia
química, pelo vegetal, e de realização de trabalho, pelo animal. Podem
haver ainda outros elementos fazendo parte do fluxo, pois há os animais
carnívoros. Nesse caso, a energia transformada pela planta seria transferida
para o herbívoro e, finalmente, para o carnívoro.
A energia obtida
pelo vegetal na fotossíntese não é 100% transferida para o herbívoro que o
come. Parte dela é transformada e utilizada pelo próprio vegetal, para seu
crescimento e sua manutenção. Quando um herbívoro come uma planta, somente
cerca de 10% da energia contida nos compostos orgânicos da planta serão
aproveitados pelo animal nos processos
de crescimento. Essa parcela, que fará parte do corpo desse animal, é
que será passada ao consumidor seguinte.
A maior parte da
energia do alimento é liberada como calor. Lembre-se do que explicamos acima: o
calor é uma forma de energia menos organizada e os organismos, no ambiente
natural, não conseguem reutilizá-lo para realizar trabalho.
Quando um animal
carnívoro se alimenta de um herbívoro, a energia que vai passar para o primeiro
é somente 10% daquela que foi obtida pelo herbívoro no fluxo. O próprio
herbívoro utilizou energia nas suas atividades e parte dela voltou para o
ambiente como calor. Quando os seres vivos morrem, os organismos decompositores
vão utilizar a energia contida nos seus cadáveres.
A quantidade de
energia que passará para eles será menor ainda do que a que foi absorvida pelo
vegetal no início do fluxo.
Na figura abaixo,
está representada graficamente a quantidade de energia que passa de um degrau
para outro. É importante que você tenha a idéia de que do total de energia
obtida pelos vegetais somente uma parte passa para o nível seguinte. Ao longo
das etapas do fluxo, parte da energia volta para o ambiente como calor.
É importante também que
fique claro para você que a cada passagem – planta herbívoro carnívoro
decompositores – há, além da transferência de energia, uma transferência de
matéria para o ambiente e para os seres vivos.
Mas, que matéria é
essa?
Na alimentação
ocorre transferência de matéria de um ser para outro. Além disso, em cada etapa
do fluxo há liberação de fezes, gás carbônico, urina e outros resíduos pelos
organismos. Essa matéria eliminada está sendo devolvida ao ambiente e pode ser
utilizada por outros organismos como alimento, refazendo o ciclo. Nesse
sentido, a decomposição (apodrecimento) é essencial para que toda a matéria
incorporada por vegetais e animais retorne ao ambiente e esteja de novo
disponível para ser reutilizada.
Como vimos, nas cadeias
alimentares estabelece-se uma transferência de matéria e de energia entre os
seres vivos. A energia passa de um componente a outro e não pode ser sempre
reaproveitada, enquanto a matéria volta ao ambiente como resíduo após a decomposição.
Desse modo, a matéria faz um caminho cíclico, enquanto o caminho da energia é
sempre em uma única direção.